Estive a fazer a minha "short-list" para o IndieLisboa. Quem me quiser acompanhar, avise.
THE MOTHER, Antoine Cattin e Pavel Kostomarov
DOMINGO, 16H00, TEATRO MARIA MATOS
Suiça/França, doc., 2007, 80´
A vida de Lyuba não é fácil. Vive no sul da Rússia e, por ter fugido do marido violento, tem ao seu encargo nove filhos. Lyuba trabalha muito e ainda não perdeu a esperança de encontrar um novo marido, mas o rol de exigências é muito extenso: um homem que não beba, que goste de crianças e que ajude em casa. Neste documentário, Antoine Cattin e Pavel Kostomarov focam as contradições de uma sociedade russa patriarcal: mulheres cujo comportamento (em reacção à negligência dos homens) reproduz as antigas estruturas ao educar os filhos da mesma forma que os seus maridos foram educados. Apesar da sua coragem Lyuba nota que os filhos não se distinguem muito da brutalidade dos homens que conheceu. Um documentário pungente e duro centrado na personagem de uma “mãe coragem” apanhada no determinismo social.
WONDERFUL TOWN, Aditya Assarat
27 DOMINGO, 18H45, CINEMA SÃO JORGE
Tailândia, fic., 2007, 90´
Uma pequena cidade no sul da Tailândia, situada perto da estância turística de Phuket. Desde o tsunami do final de 2004, os habitantes perderam os empregos ligados ao turismo e recordam tempos em que a vida era mais simples. Um dia, um jovem arquitecto chega à cidade. Vem de Banguecoque para supervisionar a reconstrução de um resort. Aluga um quarto no hotel de uma jovem mulher, com quem se vai envolvendo lenta mas irresistivelmente. Ele ajuda-a na lavandaria e traz-lhe laranjas de Phuket, ela deixa-se seduzir. Mas no meio pequeno onde vive, a notícia do seu relacionamento amoroso com um estranho espalha-se e é mal recebida. O irmão mais novo dela vai encabeçar as hostilidades contra o par romântico e provocar um desfecho inesperado para a sua história de amor. Melodrama contido e de enorme lirismo na descrição de paisagens e sentimentos, “Wonderful Town” mostra-nos uma sociedade triste onde a felicidade dos outros é algo difícil de aceitar.
NIGHT TRAIN, Diao Yinan
29 TERÇA, 21H45, CINEMA LONDRES
China, fic., 2007, 91´
Wu Hongyan trabalha num tribunal na província chinesa como oficial de justiça. É responsável por mulheres que estão na ala dos condenados à pena de morte. Todos os fins-de-semana sai em busca de amor em festas organizadas com o intuito de promover o encontro entre pessoas sós. Mas os seus encontros, mais sexuais do que emocionais, correm sempre mal. Até que um dia conhece o misterioso Li Jun, cuja mulher é uma das prisioneiras da sua ala... Rodado numa zona industrial inóspita e lidando com temas delicados que a sociedade chinesa contemporânea ainda revela dificuldade em abordar (também por isso o filme surpreende), “Night Train” é mais um exemplo da enorme vitalidade de uma cinematografia que revela aqui um novo e singular talento.
CORRECTION, Thanos Anastopoulos
30 QUARTA, 19H00, CINEMA SÃO JORGE
Grécia, fic., 2007, 83´
Um homem sai da prisão. Yorgos Symeoforidis é um grego rude que deambula por Atenas após um percurso de vida complicado, que vamos descobrindo pouco a pouco. Um dia conhece uma jovem mulher que trabalha num restaurante e tem uma filha. Ele arranja emprego no mesmo sítio. Ambas parecem conhecê-lo, mas as raízes da sua ligação permanecem por revelar completamente... Yorgos começa a ser perseguido por um grupo de ultra-nacionalistas, com quem se costumava relacionar e que estão ligados aos distúrbios provocados em jogos de futebol pela claque da selecção grega. Um retrato duro de uma personagem presa numa Atenas cinzenta, cheia de graffitis, povoada de imigrantes ilegais e bairros degradados, que só o amor e o perdão podem resgatar.
CHARLY, Isild Le Besco
1 QUINTA, 19H00, FÓRUM LISBOAFrança, fic., 2007, 95`
Nicolas, um rapaz orfão de 14 anos, vive com um casal de velhos. Um dia rouba-os e foge com um livro e um postal. O livro irá lê-lo com uma rapariga que acabou de conhecer. O postal irá para o mar com a rapariga. Charly é a rapariga. Prostitui-se. Eles são como dois jovens animais selvagens. Vivem juntos na caravana dela durante apenas alguns dias, mas ele certamente não a esquecerá. Rodado em apenas quinze dias, “Charly” relata a crueza que a vida pode, por vezes, assumir de forma tão natural que desarma qualquer moralismo. É a segunda obra assinada por Isild Le Besco, que sendo uma das mais talentosas actrizes francesas do presente (recordem-se as suas interpretações em “Pas Douce” de Jeanne Waltz, premiado no IndieLisboa 2007 e em vários filmes de Benoît Jacquot) é também uma óptima surpresa como realizadora e directora de actores (as intepretações do par de jovens protagonistas, ambos estreantes, é um dos trunfos maiores do filme).
TERRA SONÂMBULA, Teresa Prata
26 SÁBADO, 22H00, FÓRUM LISBOA
Portugal/Moçambique, fic., 2007, 96’
Moçambique no início da década de 1990. A Guerra Civil terminou mas os seus efeitos ainda se fazem sentir. Muidinga não se lembra do seu passado. Foi encontrado por Tahir e seguiu viagem com este. Muidinga é uma criança com uma sensibilidade especial. Fazem de um “machimbombo” incendiado a sua casa. Muidinga encontra um homem morto junto do autocarro, e descobre um pequeno tesouro: um diário. À medida que o vai lendo, a história do jovem começa a cruzar-se com a estória do diário. E, na companhia do amigo, segue jornada em busca do seu passado. Muidinga acredita que a mulher que, segundo o diário, procura o filho perdido é a sua mãe. E as peripécias começam. Baseado no livro homónimo de Mia Couto, “Terra Sonâmbula” conduz-nos numa viagem através do imaginário fantástico a que o escritor moçambicano já habituou os seus leitores e assinala a estreia na longa metragem da realizadora Teresa Prata.
Se ainda tiver tempo vou tentar ver algum filme da secção Herói Independente.
Se quiserem sugerir alguma coisa, aqui fica o calendário completo.
sábado, abril 19
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário