domingo, março 30

Aceitam-se sugestões

Cheguei ao fim de um ciclo e começo a preparar outro ciclo...
São dois eventos que marcam o fim deste ciclo:
- a apresentação da peça de teatro que ocorreu na passada quinta-feira.
- a participação na Maratona de Londres com os meus colegas da GAFE no dia 13 de Abril em Londres.
O fim de ciclo para estas actividades, não será definitivo, será apenas um "até já" (até que surja uma proposta interessante).
Não gosto de permanecer muito tempo a fazer o mesmo, pois lido mal com o sentimento de rotina e de obrigação. Gosto de experimentar fazer coisas novas, principalmente em actividades não relacionadas entre si. Acho que vou procurar substituir estas 2 actividades por outras 2 ou 3 actividades. O único critério é que, no seu conjunto, têm de permitir a prática de um actividade física (que garanta resistência e flexibilidade), permitam o meu enriquecimento intelectual ou artístico, terem contacto com a natureza e não exigirem "dedicação" exclusiva a essa actividade.
Não sei se irei realizar estas novas actividades durante muito tempo, depende de uma 4ª actividade, que ando a pensar...e que será inconciliável...
Para já as candidatas a actividades físicas são:
- Montanhismo "a sério" ( e se gostar aventurar-me na escalada). Até já existe até uma proposta muito tentadora (sem compromisso). O contacto com a natureza é o fundamental.
- Dança Contemporânea: ter a possibilidade de dançar, recuperar a flexibilidade que já tive quando andava no yoga.Testar a coordenação e flexibilidade do meu corpo. Mas para esta actividade quero companhia...
- O Duatlo e o BTT ficam para uma próxima oportunidade, porque o 1º é muito similar com uma das actidades anteriores, e o segundo é complementar ao 1º.
- Para a parte intelectual ou artística, acho que não vou desenvolver uma única actividade, vou sim participar em pequenas sessões (workshops).
Para terminar, aceito convites e sugestões...

quinta-feira, março 27

Teatro

Há muitos anos que pensava em experimentar "fazer teatro". O ano passado surgiu a oportunidade e aqui estou... a 4 horas da estreia!
Já várias pessoas me perguntaram:
«Estás nervoso?» Não.
«Sabes as tuas "falas"?» Acho que sim. Só não sei bem em que momento é que elas encaixam!

Amanhã conto como foi...

quarta-feira, março 26

Vou fazer-me à estrada....(gostava tanto!)

Este fim-de-semana foi ao cinema ver o Into The Wild que retrata a vida do Christopher McCandless que decidiu colocar a mochila às costas e rumar para o Alasca para viver apenas do que a natureza tem para oferecer.

Quando sai do cinema senti aquilo que julgo toda a gente já sentiu pelo menos uma vez na vida... a vontade de fazer o mesmo. Depois de ver o filme, perguntei a várias pessoas se eram capazes de fazer o mesmo. A maioria responde «se tivesse sido à uns anos...agora tenho a casa para pagar...ou o que fazia com os filhotes...etc». Por incrível que pareça, ainda ninguém me disse que «nunca pensou nisso», nem mesmo quando era teenager.
Eu penso nisso muitas, mas mesmo muitas vezes... por vezes penso que sou contraditório comigo mesmo «pois sinto que não estou agarrado a nada (casa, filhos, etc), e no entanto, continuo sem me fazer à estrada».

Esta contradição leva-me a concluir que "estou agarrado a algo quem não sei que tenho ou o que é" ou que "não tenho coragem para largar aquilo que nem sei que tenho".

Amigos, se um dia eu desaparecer já sabem, "ganhei coragem para largar aquilo que não sei que tenho" e estarei algures entre África e America do Sul.

segunda-feira, março 24

7 pecados

Na quinta-feira fui almoçar com uma amiga * que me informou que no jornal do Vaticano, Osservatore Romano, foi actualizada a lista de pecados capitais para adaptá-la à "realidade da globalização". O tema despertou-me logo interesse, talvez porque o fruto proibido é sempre o mais apetecido.
Os novos pecados capitais são agregados aos anteriores: gula, luxúria, avareza, ira, soberba, vaidade e preguiça. Os novos pecados são:
- Violações "bioéticas" como controle da natalidade e experimentações " moralmente dúbias"com células-tronco;
- Uso de drogas;
- Poluição do ambiente;
- Agravamento da injustiça social;
- Geração de pobreza;
- Riqueza excessiva;
- Pedófila.
Como os "novos pecados" são pecados sociais à escala planetária e não à escala individual, acho que deveriam ter sido sujeitos a votação à semelhança das 7 maravilhas do mundo.**
Talvez os brasileiros não votassem tanto e assim, não ganhava outro Cristo Redentor. Os belgas agora que já têm governo poderiam voltar ao seu tema preferido: a pedofilia. Alguns padres também votariam neste! E o público também poderia propor novos pecados: eu propunha como pecado capital "Promover a ignorância das populações, quanto à adopção de medidas de protecção de transmissão do vírus HIV, incentivando o método "castidade" em oposição ao preservativo.
O Papa já afirmou qual seria a sua proposta de pecado "queda do sentimento de pecado no mundo secularizado". Porque será que isso acontece?

* uma amiga, por sinal, muito católica! No final do almoço, até me foi mostrar a igreja de todos-os-santos! Muito linda (a igreja) por obra não do divino, mas do arquitecto.
** a realizar no estádio do algarve pois temos de ajudar a justificar o investimento nesse "estruturante" investimento.

Nota final: Para os "mais esquecidos" e "mais pecadores" não esquecer que: para se receber o perdão (de acordo com o Osservatore Romano) é necessário "Confissão em 15 ou máximo 20 dias antes ou depois de cometer o pecado...". Por isso já sabem, quando pecarem (e eu tenho visto muitos pecados!!!) não se esqueçam de me contarem tudo!!!!

terça-feira, março 18

Ismael Beah

Para muitos, este nome não diz absolutamente nada. É apenas isso mesmo: um nome.
Por detrás desse nome existe uma história. Uma história infelizmente feliz.
«Caminei dois dias inteiros sem dormir. Parei apenas nos ribeiros para beber água. Sentia que alguém andava atrás de mim. Muitas vezes, a minha própria sombra assustava-me e fazia-me correr durante quilómetros. Tudo parecia estranhamente brutal. Até o ar aparentava querer atacar-me e partir-me o pescoço. Sentia que tinha fome, mas não sentia apetite para comer nem forças para procurar comida. Passara por aldeias incendiadas onde os cadávares de homens, mulheres e crianças de todas as idades se encontravam espalhados como folhas no chão após uma tempestade.»
Por vezes fico triste, a realidade consegue ultrapassar a ficção.

segunda-feira, março 17

Obrigatório ver!

No sábado à noite era para ir ver o "There Will Be Blood" mas quando cheguei a sessão já estava esgotada! Por isso escolhemos o filme ("Caramel") pois começava à mesma hora. Já tinha visto a apresentação mas não me tinha despertado grande curiosidade, pois apenas me revelara o lado divertido do filme e não o lado emocional e dramático.
O filme "Caramel" é sobre a procura da felicidade feminina numa sociedade moderna, mas conservadora (a Beirut nos nossos dias). É capaz de despertar no espectador, no mesmo segundo, sentimentos de angústia e de descontracção.
Com uma fotografia envolvente, enquadrada numa banda sonora lindíssima, é difícil não nos apaixornarmos pelas personagens, mesmo por aquelas que não são as principais personagens.
Que mulheres lindíssimas em todos os sentidos, mesmo a Lili.
Na minha opinião está ao nível de amélie poulian ou de casamento debaixo de chuva.

sexta-feira, março 14

Carro novo?

Acho que o meu carro não chega ao natal...anda a fazer um barulho estranho quando aumenta a rotação do motor.
Se calhar está na altura de mudar... mas ele é apenas de 1998...tem apenas 9 anos. Um carro não dura mais do que isso?
Logo agora que teve direito a uns sapatos novos! pois os anteriores tinham 170.000 Kms.
Eu sei que não o estimo muito. Nunca o lavo por exemplo! Mas acho que ele percebe a minha preocupação ambiental!!!

domingo, março 9

Boys Don't Cry

Não conheço os últimos trabalhos dos The Cure, nem sei bem se existem últimos trabalhos.
A minha relação com os Cure começou à muitos, muitos anos...
The Cure foi talvez a minha 1ª banda (mesmo antes dos U2.). Possivelmente, foi a primeira vez que percebi que as bandas tinham mais do que 1 música, além daquela que passava na rádio incessantemente.

No Natal de 1989 (ou 1990) a minha mãe ofereceu-me a mim e ao meu irmão uma aparelhagem *, onde durante muitos anos ouvi vinil e k7. Para podermos estrear a prenda, a minha mãe deixou-nos escolher um disco cada: o meu irmão escolheu o "Disintegration" que na altura fazia furor com o "Lullaby". Contrariado, tive de escolher outro, por isso escolhi "Staring at the Sea: The Singles" (acho que foi a minha prima C. que me aconselhou).

Durante meses esses álbuns foram a única música escutada lá em casa. Algumas das músicas repetidamente. Principalmente do álbum "Disintegration". O que me deixava triste pois o álbum do meu irmão era supostamente melhor!

Também tive uma mochila, onde escrevi com caneta "The Cure" (mas numa letra esquisita). Essas mochilas eram engraçadas pois iamos adicionando nomes à medida que conheciamos novas bandas (Inxs, Depeche Mode, The Doors, U2, etc). Em alguns casos, apenas gostavamos do nome da banda, mas isso já era motivo mais do que suficiente para poderem figurar na nossa mochila (The Queen). Os nomes eram colocados de forma "aparentemente" desordenada, o único critério era que: o tipo de letra tinha de ser diferente. Lembro-me que os Inxs eram em itálico.

Ontem fui arrastado para o concerto dos The Cure no Pavilhão Atlântico. Embora a vontade para ir fosse miníma, como o bilhete era oferecido, acabei por ir... O pavilhão estava esgotado (18 mil pessoas). A maioria pertencia à minha geração. Muitos deles devem também ter lá por casa o "Lullaby", mas dançaram foi o "Staring at the Sea: The Singles" (Killing An Arab, Night, Boys Don't Cry, The Lovecats, A Forest, etc ) e adoraram!!!!

Quanto a mim, dancei mas não adorei, pois os Cure que eu gosto são os cure do álbum (o tal que é do meu irmão), são os cure da melodia limpa de Picture of You ou do sussurar de Lullaby e estes ontem foram apresentados numa versão "rockalizada".

Embora louve o esforço (3 horas de concerto! 3 encores!) acho que faltou a voz de sofrimento em Boys Dont Cry .

Para terminar deixo-vos com Plainsong (álbum Disintegration).

* uma Singer. Comprada no único lugar onde se vendiam electodomésticos em Portugal, na singer é claro!