segunda-feira, maio 26

Tartes de Mirtilo (PT = Uva-do-Monte)

Foto retirada de wikipedia.org


Há dois anos atrás nunca tinha ouvido falar de Kar Wai Wong nem de Cat Power. Uma amiga minha, numa semana, apresentou-me as duas obras de referência de ambos: In the mood for love e The Greatest. Do 1º fiquei imediatamente fã e do 2º demorou mais algum tempo.



Ontem fui ver o My Blueberry Nights e é interessante ver assistir à mistura de ambos.

sexta-feira, maio 23

quinta-feira, maio 8

E novidades?

É comum quando encontro um velho amigo - que não vejo à bastante tempo - trocar a expressão "E novidades?"

Quando me perguntam isso (e até gosto da pergunta!) sinto sempre alguma dificuldade em responder, porque tenho de processar muita informação:
- qual foi a última vez em que estive com esta pessoa ...
- o que andava a fazer na altura e o que ando a fazer agora ...
Depois de identificar as diferenças... tenho de classificar (mentalmente) as que são importantes e estruturais(mudei de emprego, casa, casei, etc.) das que são menos importantes ou supérfulas (fui ontem ao cinema, acabei de ser multado, fui ver o benfica contra os lagartos, etc).
Depois tenho de seleccionar os "acontecimentos" com interesse para o meu interlocutor, pois se o meu amigo não gosta de futebol, não faz sentido dizer que fui assistir a um jogo de futebol.

Com tanto "pensamento" e como o tempo para responder não é suficiente longo, respondo imediatamente: "Está tudo igual!"(resposta que não gosto de dar, porque fico com a sensação que a minha vida é uma rotina!). E depois, à medida que os "acontecimentos" vão surgindo na cabeça, vou acrescentando...

- Ia ficando, novamente, sem óleo no carro. A sorte é que, hoje de manhã, lembrei-me de verificar o óleo;
- Daqui a pouco (às 19.30) tenho, novamente, a apresentação da peça de teatro na qual participo. Ainda não sabemos se vamos continuar;
- A G. só vem amanhã. Ainda não sei se vou tirar o dia de férias;
- Não tenho ido ao cinema. A última vez foi no indie;
- Continuo sem televisão. Na segunda faz um mês. Os gajos da loja dizem que me oferecem uma nova se até segunda não vier da fábrica. Só tenho sentido falta de ver uns DVD;
- Não tenho treinado (atletismo), mas ando com uma ideia ambiciosa;
- Não tenho nenhuma viagem marcada, embora tenha uns convites para Cabo Verde e Noruega;
- Ando com ideia de me inscrever na Dança Contemporânea;
- Biologia ou informática, ando indeciso...

OK, amigos leitores deste blog aqui têm as novidades...

segunda-feira, maio 5

All the World is green

Parece Leornard Cohen mas é Tom Waits e foi o melhor do fim-de-semana. Não a música em si, mas o espectáculo que ela encerrou (Pina Bausch).

sexta-feira, maio 2

Quero conhecer-te!

Nota Prévia: o conteúdo deste post não pretende condenar ou censurar comportamentos. Pois se o fizesse estaria (também) a condenar e censurar os comportamentos de quem o escreveu.

Nas últimas semanas existe uma questão que me tem atormentado (no bom sentido). Desde que fui à apresentação do livro de um amigo meu. Existe uma frase que não me sai da cabeça"Nós somos muito mais do que aquilo que fazemos".


Felizmente, tenho a oportunidade de "conhecer" novas pessoas quase todos os dias. Por vezes, passo várias horas à conversa com elas, mas quando me despeço, fico com a sensação que, ter falado com aquela pessoa ou com um desconhecido (que estava sentado ao fundo da sala) foi igual.


A conversa resumiu-se a um conjunto de banalides e trivialidades. Passámos a maioria do tempo a falar do que nos rodeia e não de nós próprios. Não pretendo que essa pessoa me conte a sua história de vida. Se o fizer, o mais certo é arranjar uma maneira de me "pisgar" rapidamente.


Mas uma coisa que me "irrita" é a conversa tipo "guião":
- Olá eu sou a/o ...
- Olá eu sou o ..
- O que é que fazes?


É impressionante, como toda a gente faz esta 2ª pergunta!

Será que não conseguem falar connosco sem saberem a nossa profissão? Precisam de saber a nossa profissão para quê? Curiosidade estatística? Para nos enquadrarem? (rotularem?)


Porque é que a 2ª pergunta que nos fazem é quase sempre "o que é que fazes?"


Quando respondo "sou informático" as pessoas ficam mais descansadas... pois agora já sabem que podem falar comigo sobre o windows xp (algo que eu não percebo nada, nem quero perceber).

A pergunta seguinte é: "e onde é que trabalhas?". Os que conhecem a área exploram um pouco mais... "és programador?". E a conversa continua... até ao momento em que os meus interlocutores descobrem um ponto de ligação entre o meu trabalho e o seu...
... e começam a falar do seu trabalho...
... depois recuam uns anos e começam a falar de quando andavam a estudar...
... a contar as histórias das semanas académicas ou do desespero dos professores...
... que moraram naquela rua e que agora moram na outra, porque é mais rápido para ir para o trabalho...


Agora sim, sinto os meus interlocutores mais descansados... conseguiram arranjar um tema de conversa... não que seja um assunto estimulante... mas é agradável, porque assim não estamos em silêncio.


Por vezes, a meio da conversa alguns (poucos) dizem-me "Não me pareces nada informático".

Eu penso "porque será? Será porque eu sinto que sou um pouco mais do que a resposta à tua 2ª pergunta?"


Para terminar deixo-vos um excerto de um poema desse meu amigo, que sintetiza o que eu penso:


«Não quero saber o nome da tua rua
nem o teu estado civil
nem sequer o teu nome
ou qualquer tipo de estudos que tenhas feito.

Quero conhecer-te!»



(...)