domingo, março 9

Boys Don't Cry

Não conheço os últimos trabalhos dos The Cure, nem sei bem se existem últimos trabalhos.
A minha relação com os Cure começou à muitos, muitos anos...
The Cure foi talvez a minha 1ª banda (mesmo antes dos U2.). Possivelmente, foi a primeira vez que percebi que as bandas tinham mais do que 1 música, além daquela que passava na rádio incessantemente.

No Natal de 1989 (ou 1990) a minha mãe ofereceu-me a mim e ao meu irmão uma aparelhagem *, onde durante muitos anos ouvi vinil e k7. Para podermos estrear a prenda, a minha mãe deixou-nos escolher um disco cada: o meu irmão escolheu o "Disintegration" que na altura fazia furor com o "Lullaby". Contrariado, tive de escolher outro, por isso escolhi "Staring at the Sea: The Singles" (acho que foi a minha prima C. que me aconselhou).

Durante meses esses álbuns foram a única música escutada lá em casa. Algumas das músicas repetidamente. Principalmente do álbum "Disintegration". O que me deixava triste pois o álbum do meu irmão era supostamente melhor!

Também tive uma mochila, onde escrevi com caneta "The Cure" (mas numa letra esquisita). Essas mochilas eram engraçadas pois iamos adicionando nomes à medida que conheciamos novas bandas (Inxs, Depeche Mode, The Doors, U2, etc). Em alguns casos, apenas gostavamos do nome da banda, mas isso já era motivo mais do que suficiente para poderem figurar na nossa mochila (The Queen). Os nomes eram colocados de forma "aparentemente" desordenada, o único critério era que: o tipo de letra tinha de ser diferente. Lembro-me que os Inxs eram em itálico.

Ontem fui arrastado para o concerto dos The Cure no Pavilhão Atlântico. Embora a vontade para ir fosse miníma, como o bilhete era oferecido, acabei por ir... O pavilhão estava esgotado (18 mil pessoas). A maioria pertencia à minha geração. Muitos deles devem também ter lá por casa o "Lullaby", mas dançaram foi o "Staring at the Sea: The Singles" (Killing An Arab, Night, Boys Don't Cry, The Lovecats, A Forest, etc ) e adoraram!!!!

Quanto a mim, dancei mas não adorei, pois os Cure que eu gosto são os cure do álbum (o tal que é do meu irmão), são os cure da melodia limpa de Picture of You ou do sussurar de Lullaby e estes ontem foram apresentados numa versão "rockalizada".

Embora louve o esforço (3 horas de concerto! 3 encores!) acho que faltou a voz de sofrimento em Boys Dont Cry .

Para terminar deixo-vos com Plainsong (álbum Disintegration).

* uma Singer. Comprada no único lugar onde se vendiam electodomésticos em Portugal, na singer é claro!

2 comentários:

Anónimo disse...

SE QUISERES O TEU IRMÃO ARRANJA-TE UMA CÓPIA DO ALBUM


LO

Anónimo disse...

Acho que fazes bem em aceitar a cópia para ver se ultrapassas isso de uma vez por todas! Viste, já nem o Robert chora! (mas espera uns meses, porque com a dose de sábado se voltas a consumir é overdose na certa!!)
PL