"Nunca devemos voltar aos locais onde fomos felizes".
Não sou o autor desta frase (julgo que a frase original é ligeiramente diferente) mas sempre associei-a a uma questão de expectativas.
Quando experimentamos algo de novo, se gostamos, temos a tendência para repetir. Mas, o sabor da 2ª vez é sempre diferente do sabor da primeira , normalmente menos saboroso, menos desconhecido, mais normal. É por isso que não gosto de repetir "cromos". Se gostei muito da 1ª vez, prefiro não repetir. Gosto de ficar com a sensação "original", com a recordação do sabor "imaculado".
Da segunda vez já "comparamos", já colocamos "defeitos", já não ficamos "supreendidos", somos "racionais" e não "emocionais". Criamos expectativas elevadas que impossivelmente serão concretizadas. Normalmente, nesse segundo "encontro" saímos desapontados. Esse "algo" perde o "encanto", desaparece a sua "inocência", torna-se mais "superficial".
Nos últimos dias tentei contrariar essa "frase" pois fui ver o concerto de Nouvelle Vague, o concerto de SigurRos e o filme baseado no livro "Ensaio sobre a cegueira". Gostei dos três. Gostei muito. Mas nunca consegui "estar dentro" de nenhum deles, nunca consegui olhar sem a "lente" das expectativas. Por momentos gostaria de ser diferente, de conseguir repetir "cromos" como se fosse a 1ª vez.
segunda-feira, novembro 17
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