«Acordar cedo e deitar cedo dá saúde e faz crescer».
Durante toda a nossa infância somos "bombardeados" com esta frase.
E como em tudo o que é em excesso, a repetição desta frase (até à exaustão) tem um efeito "perverso". Crescemos com o sentimento que: «quanto mais cedo acordar melhor».
Quando passamos à idade adulta e começamos a trabalhar, o nosso corpo "habitua-se" a acordar cedo. Quando chega determinada hora já não conseguimos dormir ou simplesmente estar na cama*.
Por isso ao fim-de-semana acordamos à mesma hora (se não for mais cedo ainda), mesmo que seja apenas, para ir comprar pão ou o jornal.**
Mas o que significa acordar "cedo"? 8:00? 9:00? 11:00, 5.00? Talvez não exista uma hora certa para a palavra "cedo". Possivelmente, "cedo" apenas significa: «Programar o despertador para acordarmos antes da hora em que o nosso corpo gostaria de acordar». No fundo, disciplinamos, de modo masooquista e reiterado, o nosso corpo. E pior que isso, ainda pensamos «que estamos a fazer bem!»
A abordagem deste tema está relacionado com o facto de os meus amigos da corrida serem quase todos madrugadores. Vão correr para o Guincho às 7.00. Às 6.30 para o estádio nacional. Às 7.30 para Sintra, etc. O facto de ser dia de semana ou fim-de-semana é irrelevante.
Normalmente, quando me queixo da hora afirmam: «Gosto de ficar logo despachado. Assim posso aproveitar toda a manhã.» Ao que eu penso: «Aproveitar toda a manhã? Vou tomar banho e enfiar-me na cama outra vez. E a noite de ontem que foi desaproveitada?».
Como já devem ter reparado, eu sou um dorminhoco! Gosto de dormir até tarde, dormir a sesta, dormir antes do jantar, dormir à hora de almoço, no fundo, durmo sempre que posso! e em qualquer sítio: comboio, carro, banco do jardim, etc. Por isso, o acordar cedo é sempre penoso.
Se o acordar cedo é difícil de cumprir. O deitar cedo ainda é mais difícil. Principalmente, se na noite anterior estive com os meus amigos não madrugadores. São no fundo dois mundos "pouco" conciliáveis. Mas dos quais eu gosto de pertencer, por isso alinho em jantares que duram até quase às 2.00 sabendo que no outro dia tenho de me levantar às 5.45.
Hoje ter acordado cedo para já teve uma vantagem: tive tempo para partilhar este pensamento convosco.
* Segundo consta, pois eu nunca experiencie este facto.
** Dois bens cuja compra poderia ser, perfeitamente, adiada para as 11.00, se continuassemos a dormir, uma vez que não lemos o jornal, nem tomamos o pequeno almoço quando estamos a dormir.
quarta-feira, março 25
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3 comentários:
Gostei muito do teu post.
O levantar cedo provoca-me sempre o mesmo dilema: não sair da cama na “melhor parte”; ou ficar com um dia muito grande.
Vou, por vezes, saindo mais cedo da cama porque apesar de começar o dia de forma dolorosa, depois tudo melhora. O exemplo deste dia é significativo. Foi dolorosa e rápida a saída (até me esqueci de fazer a barba), depois o encontro como mais 4 companheiros de” sofrimento” para 45 minutos de corrida de exercício físico abafou essa dor. Depois um excelente duche e um bom pequeno-almoço prepararam-me para 4 horas de bom trabalho. RESUMINDO à dores que valem a pena. UM ABRAÇO e OBRIGADO pela partilha.
Partilho inteiramente o questionar sistemático de convenções sociais que tantas vezes não respeitam a individualidade e variabilidade "bio-psico-fisiológica"...! E apostaria que, em termos estatísticos a estatura dos "madrugadores" e dos "dorminhocos" não apresenta diferenças estatísticas :)
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A este respeito, junto à tua uma "dor" muito pessoal: para alguns de nós, o estado de humor é muito reduzido ao acordar, sobretudo cedo, o que torna tudo mais complicado... Sair da cama e mexer os músculos neste estado é algo difícil de explicar para quem não conhece. Não é sono...
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Pelo contrário, a sensação de sair de casa (depois de vencer a mini-depressão, quando isso acontece) e sentir o Mundo à minha volta a dormir (e "cheirar a manhã", em relativo silêncio), sobretudo no FDS, é para mim uma experiência especial e que vale por si... qualquer dia tento perceber porquê!
Olá Pedro.
Não é que a minha experiência sirva de indicador para o que quer que seja, mas não deixa de ser uma experiência ... vivida.
Eu passei os meus últimos 7 anos a viver constantemente na noite devido a um hobby que praticava (setas). Deitava-me tarde(1h/2h/3h), convivia constantemente com o fumo (o que para um não fumador tornava-se por vezes muito incómodo) e levantava-me sempre um pouco mais tarde(8h). De repente e principalmente depois de ser pai ... resolvi mudar algo na minha vida, precisava de ser mais presente no pouco tempo nocturno que tinha para a familia e essencialmente cheguei a um ponto em que necessitava de desafios novos. Mudei drasticamente. Hoje deito-me por volta das 22h/22h30, levanto-me às 6h30 na maior parte dos dias ... arranjei um hobby muito melhor para a saúde (golfe) mas pior para a carteira eheheh ... e acredita, sinto-me muito mais feliz e realizado. Concluindo ... deitar cedo e cedo erguer, realiza apenas quem assim deseja ser. É tudo uma questão de opções. Interessa é sermos Felizes, pois nascemos sem pedir, iremos morrer sem querer, e por si só deveremos apenas aproveitar ao máximo esse intervalo de tempo.
Continuação de bons estudos.
Abraço.
Nuno Freitas.
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