sexta-feira, junho 27

"Nem bom vento, nem bom casamento”

Algo que sempre me fez confusão é esta rivalidade "ignorante" que alguns portugueses têm relativamente a Espanha. Só encontro uma explicação "na escola estudaram tantas vezes a batalha de Aljubarrota que ficaram com os miolos congelados no séc. XIV."

A fronteira entre a Espanha e Portugal é a fronteira europeia mais antiga e manteve-se praticamente inalterada desde a época da constituição dos dois reinos, aquando da reconquista da Península Ibérica pelos Cristãos aos Mouros (do século XI ao século XIII). Este facto, no meu entender, prova que durante séculos as relações entre portugueses e espanhóis foram quase sempre pacíficas.

Na escola estudamos as guerras, porque elas produzem alterações à ordem estabelecida (novos reis e novas) dinastias, mas não estudamos os períodos de paz, de prosperidade e de cooperação. Simplesmente, porque esses períodos não produzem acontecimentos. E o estudo da história é o estudo da relação entre as causas (acontecimentos) e os seus efeitos no curso da história.

Os meios de comunicação também "ajudam". Basta analisar a capa dos matutinos "Invasão Espanhola" sempre que a participação numa empresa portuguesa é comprada por uma empresa espanhola.

Outros queixam-se de Espanha por causa de Olivença. Por mim podem ficar com Olivença à vontade. Porque os habitantes de Olivença são espanhóis. Nasceram espanhóis, são filhos de espanhóis e netos de espanhóis.

etc, etc.

Mas do outro lado da fronteira também há muita "ignorância"...

Nos últimos dias, tenho sentido alguma simpatia por Espanha... espero é que essa simpatia não seja o resultado de um desejo de vingança sobre a seleccção alemã de futebol.

2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...
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