sexta-feira, junho 27

"Nem bom vento, nem bom casamento”

Algo que sempre me fez confusão é esta rivalidade "ignorante" que alguns portugueses têm relativamente a Espanha. Só encontro uma explicação "na escola estudaram tantas vezes a batalha de Aljubarrota que ficaram com os miolos congelados no séc. XIV."

A fronteira entre a Espanha e Portugal é a fronteira europeia mais antiga e manteve-se praticamente inalterada desde a época da constituição dos dois reinos, aquando da reconquista da Península Ibérica pelos Cristãos aos Mouros (do século XI ao século XIII). Este facto, no meu entender, prova que durante séculos as relações entre portugueses e espanhóis foram quase sempre pacíficas.

Na escola estudamos as guerras, porque elas produzem alterações à ordem estabelecida (novos reis e novas) dinastias, mas não estudamos os períodos de paz, de prosperidade e de cooperação. Simplesmente, porque esses períodos não produzem acontecimentos. E o estudo da história é o estudo da relação entre as causas (acontecimentos) e os seus efeitos no curso da história.

Os meios de comunicação também "ajudam". Basta analisar a capa dos matutinos "Invasão Espanhola" sempre que a participação numa empresa portuguesa é comprada por uma empresa espanhola.

Outros queixam-se de Espanha por causa de Olivença. Por mim podem ficar com Olivença à vontade. Porque os habitantes de Olivença são espanhóis. Nasceram espanhóis, são filhos de espanhóis e netos de espanhóis.

etc, etc.

Mas do outro lado da fronteira também há muita "ignorância"...

Nos últimos dias, tenho sentido alguma simpatia por Espanha... espero é que essa simpatia não seja o resultado de um desejo de vingança sobre a seleccção alemã de futebol.

quinta-feira, junho 26

Tony Gatlif

... nunca tinha ouvido falar... mas fiquei fã...

Ontem fui ao S. Jorge ver o ciclo de cinema Tony Gatlif e adorei Gadjo Dilo

Não sei se o realizador (que está presente na sala) tem alguma relação com o Kusturica (no final ninguém perguntou) mas ficam aqui uns excertos do filme.

Para quem é fã do Romain Duris ("De tanto bater o meu coração parou") não pode perder a oportunidade.

PS: O ciclo termina dia 28 Junho e todas as sessões são às 22.00.

quarta-feira, junho 25

Um xadres em dois tabuleiros - Parte I

Nota prévia: Já há algum tempo que queria abordar este estudo que uma amiga minha que anda a estudar sociologia me tinha chamado à atenção.


Resumidamente, o autor (António Firmino da Costa) iniciou um estudo acerca do "fado-vaido" num dos bairros mais populares e históricos de Lisboa (alfama). No entanto, dessa pesquisa surge uma observação inesperada:
- Grande parte dos residentes de Alfama são migrantes rurais (através do recenseamento eleitoral (1983) às freguesias de Santo Estevão e São Miguel) apurou-se que mais de 50% da população recenseada eleitoralmente nasceu fora do concelho de Lisboa;
- A maoria não provêm de regiões com distribuição aleatória pelo território nacional, mas pelo contrário, apenas 29 concelhos fornecem mais do que 52,1% dos migrantes;
- E ainda, mais do que 30% dos migantes (1123 indivíduos) provêm de 7 concelhos:
- Pampilhosa da Serra 10,4%
- Góis 5,6%
- Ovar 2,9%
- Lousã 2,9%
- Abrantes 2,8%
- Castanheira de Perâ 2,3%
- Figueiró dos Vinhos 2,3%


Outro facto interessante é o de que «grande parte dos migrantes não cortam definitivamente os laços com a terra de origem». Este ponto vem questionar várias ideias correntes (na altura do estudo) sobre migrações rurais para Lisboa:
- as migrações normalmente ocorreram para «zonas-dormitórios» na periferia da cidade;
- a migração rural-urbana romperia com os laços sociais tradicionais, dispersando os migrantes;
- as relações com a região de origem tenderiam a desfazer-se.


(continua)

sexta-feira, junho 20

Portugal 1 - Alemanha 3

Apenas fico triste, porque regressámos 7 anos atrás ... e este anúncio retrata-o na perfeição...



Viram algum golo?

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Esqueci-me do golo do Postiga (3-2)

Ainda não é hoje...

quinta-feira, junho 12

Acabou o boicote...

... mas para a semana há mais...
Para tal basta cumprir a legislação europeia e o IVA cobrado nas portagens na ponte 25 de Abril e Vasco da Gama vão passar a ser taxado a 20% e não a 5%.

quarta-feira, junho 11

"Eu não sei o que perigo pode haver ai para a frente"

É com esta frase que os "piquetes" aconselham os camionistas a não passar os piquetes.

Hoje de manhã as 2 bombas de gasolina (ambas GALP) por que passo para vir trabalhar estavam pelo menos com uma fila 8 carros por bomba!!! Mas afinal não era para boicotar o consumo nas bombas GALP? O pessoal que estava a abastecer precisava mesmo de gasolina ou é só para prevenir? Acho que são os "fura-boicotes"! Só é pena que as pedras que normalmente andam no chão do meu carro sejam muito pequenas, porque senão partia-lhes os vidros...

Ontem fui ao Pingo Doce (final do dia) e a prateleira dos legumes estava completamente vazia... excepto uns tomates muito raquiticos e verdes. Pão já não havia desde a hora do almoço. Mesmo depois da coluna militar (sim porque a GNR é uma força militar) que organizaram para que os camiões da Jerónimo Martins podessem atravessar os piquetes.

Não sei o que será daqui para a frente, mas daqui a pouco vou ao supermercado comprar todas as latas de atum existentes.

segunda-feira, junho 9